quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Amor e sobrevivência


"Existe uma tribo na África oriental onde a arte da verdadeira intimidade é fomentada mesmo antes do nascimento. Nessa tribo, o aniversário de uma criança não é contado a partir do dia do seu nascimento físico, nem a partir do dia da sua concepção, como em outras culturas primitivas. Para essa tribo, a data do nascimento é contada a partir da primeira vez em que a criança é um pensamento na mente da mãe. Consciente da intenção de ter um filho com determinado homem, a mãe sai de casa e se senta sozinha debaixo de uma árvore. Fica sentada, atenta, até ouvir a canção do filho que ela espera conceber. Quando ouve a canção, volta para o povoado e a ensina para o pai, para que possam cantar juntos e então fazem amor, convidando a criança a se juntar a eles. Depois que a criança é concebida, ela canta para o bebê no seu ventre. Depois ensina a canção para as velhas e parteiras da tribo, para que através do trabalho de parto e do milagroso momento do nascimento a criança seja recebida com essa canção. Depois do nascimento todos os habitantes da tribo aprendem a canção do novo membro da comunidade e a cantam para a criança quando ela cai ou se machuca. A canção é cantada nos momentos de triunfo, ou nos rituais e iniciações. Essa canção torna-se parte da cerimônia do casamento quando a criança cresce e, no fim da sua vida, seus entes queridos reúnem-se em volta do seu leito de morte para cantar a canção pela última vez."


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sobre amor, rosas e espinhos...


"A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas...
Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá que saber que com ela vão inúmeros espinhos.
Mas não se preocupe. A beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos... ou não. "

Pe. Fábio de Melo



sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ponto final



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Deixa eu te dizer o indizível, o oculto,o inacabado em mim...
Deixa eu me inclinar em teu peito, ouvir teus segredos, teus murmúrios de amor...
Deixa eu te acordar, falar, calar, silenciar, junto a ti...

Deixa eu saber para onde vais, onde tu passeias...
Deixa eu perscrutar teus caminhos, tua fenda, onde repouso...
Deixa, mais uma vez, minha tez morena, adentrar em teu aberto Coração...
E por fim, deixa eu te escrever e poetizar minhas reticências,vírgulas e ponto final.
... , .

Waleska Bezerra

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Fênix


Pássaro, pele, pó, poucas, palavras.
O pólen que fecunda os germes imaginários, são reais.
A semente velada, riqueza abscôndita, o grão que brota das cinzas.
O Redentor, a centelha de amor, retratos antigos guardados em meu coração.
Ritual de todo dia, o sagrado que se encontra com o profano.
Viver, morrer, ganhar, perder, sorrir, chorar, correr, esperar, verbos.
Contrários que fazem saborear minha humanidade.
Enquanto alguns esperam o amanhecer, espero o derradeiro dia chegar.
No meu mundo pálido, resta-me o sussurro dos pássaros e o azul do céu.
Enquanto há vida, esperança!

Waleska Bezerra

Flores


Não gosto das flores de plástico.

São como paisagens vazias, ocas, sem vida e movimento.

Nunca tiveram, um dia, o prazer de serem sementes, regadas e cultivadas.

Já foram criadas prontas para enfeitar, ornamentar prateleiras e serem depósitos de poeiras.

São solitárias, secas, inóspitas.

Não morrem, mas também não vivem.

Gosto mesmo é das naturais.

São cheias de significados.

São frágeis, vivas, românticas.

Exalam o perfume dos apaixonados.

Quem as tocam percebem sua motilidade.

Raramente se encontram sozinhas e transmitem a beleza e o poder da criação.


Waleska Bezerra.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Aos amigos...


Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.
E eu não tenho necessidade de ti.
E tu não tens necessidade de mim.
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...

Liberdade...


Ó liberdade que me faz viver.
Ó liberdade que me faz amar.
Ó liberdade que me faz querer.
Ó liberdade de renunciar.

Ó liberdade que me faz crescer.
Ó liberdade que me faz voar.
Ó liberdade de aceitar sofrer.
Ó liberdade de sofrendo amar.

Ó liberdade de sempre acolher.
Ó liberdade de esperar.
Ó liberdade de aceitar perder.
Ó liberdade de se dar.

Ó liberdade de poder dizer.
Ó liberdade de saber calar.
Ó liberdade pra escolher.
Ó liberdade pra recomeçar.

Assim é a liberdade que Deus dá.
Sua verdade nos libertará.
Assim é a liberdade que Deus dá.
Suas palavras nos tornará livres.

Leonardo Biondo