quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Crepúsculo


Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é da cor das venezianas.
Azul!... E que lindo céu!

Não sei a cor que há em mim.
A mistura de tons me ofuscam os olhos.
Sempre em busca de novos horizontes!

O inverno com sua cor cinza.
O vento incessante, inquieto.
O desejo de ver outra estação!

Sonetos, poemas que se entrelaçam.
Vou colorindo as horas do cotidiano.
E Chove!

Me transmudo, rio, estremeço.
O crepúsculo denuncia a noite.
Chegadas e partidas!

Psiu!
Silêncio!
Hora de dormir...!

domingo, 31 de julho de 2011

Música


Expressão jubilosa, latente, saliente;

Melodia inócua, sentida, banida de qualquer partida;

Verso falado, cantado, alado dentro da alma;

Vibração rítmica, que perpassa veias inatingíveis;

Prazer, descanço, oásis em meio as adversidades;

Letra incisiva, matéria real do coração;

Arte, parte de mim...!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

És tu...!


Procurei o amor
Me perdi, sem encontrar
No deserto da noite
Não ouvia seus passos

Onde estás, amado de minh´alma?
Onde estás? Feristes me coração!

Ao andar sozinha
Me feri em espinhos
Preciso voltar
Recomeçar o caminho

Quem é este, que anda ao meu lado?
Quem é este? Que aquece meu coração!

És tu...!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Páscoa...e vida!!



“Quem ama apressa o passo”. Era o que tinha escrito na parte de trás da folhinha da missa de Domingo da Páscoa.
Certamente, Maria Madalena não esperou o dia raiar para verificar o túmulo do seu Mestre. A escuridão do tempo era bem menor do que o clarão que havia em seu interior e os sintomas de ansiedade que tomavam conta de seu coração apaixonado, a fizera apressar o passo.
A morte não era o fim. Mas a esperança de uma nova vida, fundamentada no amor. A Escritura diz que Maria “saiu correndo”, “inclinou-se para olhar dentro do túmulo” e não hesitou em ir ao encontro do Amado.
Lembro da primeira experiência com Cristo ressuscitado de uma menina de 18 anos, num acampamento de jovens há dez anos atrás, em Janeiro de 2001. Ela foi alvo de um feixe de luz radiante onde deixou-se ser tocada pelo sangue e água do Coração aberto de Jesus e olhada em meio a uma multidão, no momento do passeio com o Santíssimo Sacramento.
Ao olhar profundamente para a eucaristia, seus olhos puderam sentir o amor incondicional que tomou conta de todo seu ser. Uma paz inundou-a e desde aquele dia, como Maria Madalena, ela anseia ardentemente pelo Deus vivo.
Quando se é tocada pelo amor de Deus, há uma “fusão de corações”, como diz Santa Terezinha, e, a sede de amor que existe em ambas as partes, é saciada. Sua intervenção em qualquer etapa da vida, faz com que se mude de atitudes, comportamentos, os sentimentos se elevam, e, aos poucos ela se “torna semelhante aquilo que contempla”, dando um novo sentido em sua vida.
Maria Madalena foi a primeira a ver Cristo Ressuscitado, porque, “quem ama apressa o passo.”
Waleska Bezerra

quarta-feira, 20 de abril de 2011

sítio


O sol anunciava a chegada de um novo dia.
Sem demora, os primeiros raios entravam pelas frestas da janela de madeira.
As telhas que cobriam o quarto escuro e que outrora favoreciam o sono, agora eram tidas como aliadas ao sol invasor.
Era hora de acordar, mas sem aquela preocupação de ter que olhar o relógio, por ter algum compromisso importante logo pela manhã.
Estava de férias. Tinha acabado as aulas, provas, escola e todas essas obrigações de estudante.
Podia me espreguiçar, rolar na cama, fingir que não o tinha visto chegar assim tão rápido, sem avisar.
O cheiro da chuva matinal, os cocoricós das galinhas e os piados dos pássaros denunciavam que eu estava no sítio do meus avós.
Aos poucos, sem pressa, levantava, abria a janela para sentir o frescor da manhã e ia para a cozinha tomar café.
A água do pote de barro no canto da parede, o coador de pano e o pão sovado em cima da mesa, eram símbolos de que ali morava gente simples, que gostava dos sabores da terra.
Mais tarde, a sacralização do cotidiano ia se misturando com as brincadeiras de criança, e subir no pé de sirigüela se juntava com a alegria de tentar alcançar o céu.
O sabor de comer a fruta retirada com as próprias mãos dava-me o “poder” de tê-la quando quisesse, e lembro-me que ficava perguntando como a terra poderia dar algo tão gostoso.
O almoço, era geralmente galinha caipira e depois ia brincar de esconde-esconde ou de sinuca.
A destreza sempre fora minha companheira e conseguia correr pela casa inteira sem derrubar nenhum enfeite ou móvel da sala de estar.
Á tarde, entrava no gabinete e escolhia alguns livros para folhear, principalmente os que tinham figuras.
Á noite, no sofá da sala, assistia o “jornal do 10” com meus avós e depois ia sonolenta para cama.
Meu ser criança me dava a oportunidade de ir dormir sem a preocupação do amanhã...!

domingo, 16 de janeiro de 2011

ADORAÇÃO


Ó pobre do madeiro,

Ó cordeiro imolado,

O prêmio dado a mim foi por Ti conquistado!


Ó coroação de espinhos,

Ó holocausto almejado,

A ti eu me dou como claustro de amor!


Ó altar sagrado,

Ó lugar adorado,

A vela que queima se consome por ti, meu amado!


Ó hóstia Santa,

Ó brancura pura,

Sede meu remédio, minha cura!