Pai,
O que falar de ti?
Homem simples, batalhador, o caçula de 5 filhos, que veio sozinho do interior de Iguatu para estudar na capital. Gostava de cantar e era seresteiro. Passou para o curso de MÚSICA na UECE e atualmente cursava o curso de TURISMO na FAC. Durante muitos anos a vida lhe foi dura e teve que trabalhar muito para o sustento da família. Nunca se esquecia de nós. Tudo o que tinha e conseguia era para o bem-estar da família. Contagiava a todos com sua alegria e tinha muitos amigos.
Às vezes no domingo, acordava cedinho e regava as plantas. Fazia um baião de dois como ninguém. “Comida só serve se for com muito tempero”, costumava dizer. Era como se juntamente com os temperos fosse se unindo também a essência de cada um de nós, que era registrada pelo fogo e velada por nossa cumplicidade.
Ainda posso ouvir o bater do portão e o som tranqüilo da sua voz chamando pela minha mãe. Era um jeito de chamar sem chamar, mas apenas uma forma de anunciar sua chegada.
Ainda me pego vagando pelos cantos da casa a procurar por ti e permito-me perder neste sonho de te ver retornar e te envolver num abraço.
Pai, fica com Deus. Dá um beijo nele por mim.!
Sua filha, Waleska.